Com a reclusão por conta da pandemia do novo coronavírus, para muitas pessoas não resta muito a fazer, a não ser planejar as atividades para quando o período de isolamento social chegar ao fim, e boa parte desses planos inclui viajar e conhecer novos lugares.
Em um estado de dimensões maiores que alguns países juntos, não é exagero afirmar que cada viagem feita no território paraense reserva ao turista uma série de surpresas inesquecíveis. Para quem adora colocar o pé na areia e mergulhar no mar, a imensidão do nosso litoral e as condições climáticas favoráveis ajudam a tornar ainda mais tentador o convite para visitar as nossas praias.
Curiosamente, a maioria dos turistas e moradores do Pará, desconhece a existência de várias delas. Mas, ao terminar a leitura desse post, esperamos que você repense seus planos para a sua próxima viagem e inclua o Pará em um deles.
Empolgou-se com a ideia? Então, veja a nossa lista com sugestões de lugares para conhecer no Pará: depois, é só escolher a melhor data provável de embarque e começar a pensar na arrumação da mala.
Viajar é trocar a roupa da alma
Mario Quintana
Apontada pelo jornal britânico The Guardian como a mais bela praia brasileira em 2009 — ficando, inclusive, à frente de outras mais famosas, como o Arpoador, no Rio de Janeiro — a Praia Ilha do Amor é o cartão-postal da Vila de Alter do Chão, situada a pouco mais de 30 km da cidade de Santarém.
À exceção do mês de novembro — período em que a água chega aos seus níveis mais baixos, o que permite que o percurso seja feito a pé —, são necessários barcos para realizar a travessia entre a vila e a Ilha. Cá entre nós, isso já eleva o clima de romance.
O local é ideal para quem quer relaxar ou dar um mergulho, por exemplo. Mas os atrativos da região vão muito além: durante a visita ao balneário, o turista vivencia uma experiência única e inesquecível no coração do rio Tapajós.
Suas águas cristalinas se encontram com o líquido barrento que escoa do Rio Amazonas. Ainda assim, elas não se misturam, proporcionando um espetáculo de rara beleza.
Floresta Nacional do Tapajós
Conhecida como o “Caribe da Amazônia”, Alter de Chão também é caminho para quem quer conhecer a Floresta Nacional do Tapajós, onde os turistas podem tomar banho de rio ou se embrenhar em uma trilha pela mata.
Há opções de roteiro que podem ser feitos em um único dia, mas, se desejar, o viajante também pode pernoitar em uma das comunidades locais. Assim, ele ganha mais tempo para visitar projetos comunitários e de pesquisa.
De um modo geral, Alter do Chão oferece uma boa infraestrutura, com quiosques e barracas bem distribuídos. Cita-se ainda como uma peculiaridade a baixa incidência de mosquitos na região, por conta da acidez das águas do Tapajós. Antes de ir embora, experimente o famoso Tambaqui assado na folha da bananeira, um peixe da região muito saboroso e suculento. Outro prato típico da culinária local é o filé de arraia.
A melhor época para visitação é o período em que as chuvas diminuem, entre os meses de julho e novembro. Mas a verdade é que, depois de tantos atrativos, fica difícil querer voltar para a casa.
Praia do Pesqueiro – Soure – Ilha de Marajó - Foto: Carlos Sodré / Ag. Pará
Um dos principais destinos do litoral norte brasileiro, a Ilha do Marajó é o maior arquipélago com características fluviais do mundo e não pode faltar em uma lista com sugestões de lugares para conhecer no Pará.
Há pouco mais de dez quilômetros do centro de Soure, a Praia do Pesqueiro possui cerca de quatro quilômetros de extensão e oferece diversos atrativos ao visitante: as águas podem ser doces ou salgadas, as areias são finas e folhas secas cobrem todas as barracas, desenhando um mosaico de uma beleza única.
Ideal para a prática de esportes náuticos, uma tarde de relaxamento ou mesmo para uma trilha ecológica, o local também é um convite a todos os que desejam conhecer melhor o cotidiano dos pescadores.
Procura por um programa mais emocionante? Acredite: na Praia do Pesqueiro, encontrar-se com búfalos é uma situação absolutamente corriqueira. Típico da região, o animal toma banho nesse local para se refrescar do calor amazônico. Inclusive, é permitido fotografá-los. Se o seu nível de coragem for maior do que isso, porém, você pode montar em um deles para dar um passeio, sempre acompanhado por um instrutor. Encara o desafio?
Como parte das manifestações culturais, destacam-se as diversas apresentações de danças folclóricas, como o carimbó. Para quem aprecia o artesanato, uma visita ao Centrinho de Soure é uma parada obrigatória.
foto: divulgação
E, se você é adepto da filosofia que prega que, além das belezas naturais, o turista também é fisgado pelo estômago, há diversos restaurantes especializados nos sabores típicos do Pará. Uma das principais apostas do cardápio é o Pirarucu, peixe que se assemelha ao Bacalhau e pode chegar a até 300 quilos. É para matar a fome de muita gente. Estão servidos?
foto: João Ramid
Banhado pelo oceano Atlântico, o município de Salinópolis é um dos lugares mais visitados durante o veraneio: entre os motivos que justificam a alta procura, está a diversidade da fauna e da flora locais. Ao lado de Farol Velho e Maçarico, a praia do Atalaia é uma das principais da região: em seus mais de 20 km² de extensão, possui águas cristalinas e salgadas que garantem a diversão para pessoas de todas as idades.
Conforme a época do ano, as ondas podem chegar a até dois metros de altura, o que transforma o local em um dos mais indicados para a prática de surfe. Tão logo deixem o mar, os turistas ainda podem apreciar a paisagem ao longo de uma caminhada pelas dunas.
No fim do passeio, você ainda pode dar um mergulho no Lago da Coca-Cola, assim informalmente batizado por conta da tonalidade escura de suas águas, que se assemelha à da famosa marca de refrigerantes. Mas vale o lembrete: não há nenhum risco para a sua saúde!
Se a sua intenção é aproveitar a viagem para descansar, evite os meses de julho, dezembro e feriados prolongados, época em que o número de visitantes atinge seu auge.
Salinas também se destaca por sua infraestrutura, com excelente hotéis e restaurantes, com destaque para o Hotel Solar que fica a poucos metros do porto que dá acesso à praia do espadarte e oferece pratos exóticos da culinária amazônica.
Praia Arujuteua - Bragança | foto: Carlos Macapuna
A região bragantina é mais uma ótima pedida: lá, você encontra várias praias lindíssimas, como a Ajuruteua, uma pequena vila litorânea localizada a 36 quilômetros da cidade de Bragança.
O encantamento começa logo na chegada ao local: garças e guarás — que ao final da tarde fazem seu voo magistral — se encarregam de desejar as boas-vindas aos visitantes.
Falando nessas aves cuja beleza imponente é realçada pela cor vermelha de suas penas, os guarás elegeram a Ilha da Canela como um de seus principais redutos. Para chegar até lá, prepare-se para um trajeto de barco, que dura cerca de uma hora.
Outra espécie presente em abundância na região são os caranguejos. A praia, inclusive, costura um manguezal. Aliás, os mariscos também invadiram a culinária e são servidos de diversas formas: para quem gosta, é um prato cheio!
Vale ressaltar que quase não chove na região: com sol e calor ao longo do ano inteiro, tem se um convite permanente para cair na água do mar. No seu roteiro, não se esqueça de incluir uma visita a um barco que transportava borracha e naufragou em 1882. Ele pode ser visto quando a maré está baixa.
foto: divulgação
Ao visitar, não deixe de conhecer um barco que transportava borracha e naufragou em 1882. Ele pode ser visto quando a maré está baixa.
Ponta da Sofia - foto: João Ramid
Gosta de aventura? Se, para você, uma viagem só tem graça quando eleva os seus níveis de adrenalina, preste atenção ao próximo item da nossa lista com sugestões de lugares para conhecer no Pará.
A Ponta da Sofia apresenta uma beleza única e de tirar o fôlego: lá, você pode praticar ou ter aulas de kitesurf, stand up paddle, ou surf. A biodiversidade da região é bem peculiar, citando, como exemplo, a presença de estrelas marinhas.
Joanes fica a cerca de 17 km de distância de Salvaterra - foto: divulgação
Um dos destinos obrigatórios para quem procura desfrutar de uma natureza exuberante, extasiante e quase intocável, Joanes fica a cerca de 17 km de distância de Salvaterra, capital do arquipélago do Marajó. É conhecida por ser uma praia de água doce, com ondas mais amenas. Sua areia é grossa e amarela, oferecendo as condições ideais para os adeptos de uma boa caminhada.
Cita-se ainda a abundância de árvores frondosas, como jutairana e taperebá, o que garante que os visitantes sejam devidamente protegidos contra os raios de sol. Ao se deparar com essa sombra natural, quem resiste ao convite para armar uma rede?
O pouco movimento vai ao encontro da certeza de que esse lugar parece ter sido “desenhado” especialmente para quem está em busca de sossego. Para completar o cenário acolhedor, a comunidade local é muito amigável e gosta de um bom papo.
Por outro lado, isso não significa ausência de infraestrutura. Na extensão da praia de Joanes, bares e restaurantes estão espalhados para garantir que o turista tenha acesso a petiscos e pratos extremamente saborosos enquanto descansa. Não vá embora sem antes provar a Caldeirada de Filhote no restaurante do Salles, uma delícia da qual você não vai esquecer.
Ilha de Maiandeua está localizada no município de Maracanã, no Pará - foto: divulgação
Carinhosamente batizada pelos nativos de Algodoal, por conta da abundância de plantações de algodão de seda, a Ilha de Maiandeua está localizada no município de Maracanã, no Pará.
Decidir fazer essa viagem é também uma maneira prática de se “desconectar” do mundo, em tempos em que a tendência é acumular cada vez mais compromissos. Se o seu interesse é deixar de lado o estresse e os problemas do dia a dia, Algodoal é o destino certo!
Por se tratar de uma área de preservação ambiental, o progresso da região é moderado. Como não há ruas asfaltadas, a passagem de qualquer veículo motorizado é proibida.
Para ir de um ponto a outro de Algodoal, é preciso colocar o pé na areia ou então embarcar em uma carroça, na condição de passageiro ou guia. Em função disso, não é raro que os cavalos sejam os primeiros seres que os turistas avistam quando chegam ao local.
Tamanha tranquilidade se esvai parcialmente após o pôr do sol, quando são montadas barracas na areia da praia de Caixa D’água, que fica a próxima à vila. O silêncio que até então reinava passa a ser quebrado pela música alta, quase sempre um reggae.
Outras belezas e mistérios da Vila de Algodoal
Além da praia de Caixa D’água, a Vila de Algodoal reserva muitas outras surpresas e mistérios aos turistas. Justiça seja feita: boa parte do fascínio que a região exerce deve-se ao fato dela ser pouco explorada.
O ponto alto é a chamada Praia da Princesa, que, embora totalmente desabitada, possui vários bares ao seu entorno. Em época de maré alta, o turista deve embarcar em um canoeiro para ter acesso ao local. Na maré baixa, é possível fazer o percurso caminhando, mas a água chega a alcançar os joelhos.
Antes de ter a “complicada” missão de ficar à toa, porém, são necessários mais alguns minutos de caminhada. Quando finalmente chegar ao seu destino, o visitante vai se deparar com um mar lotado de cardumes, mas nada impede que o mergulho aconteça na companhia dos peixes.
Trechos mais isolados da areia são utilizados pelas tartarugas como ponto de desova. Alguns quilômetros adiante, chega-se ao Lago da Princesa. A esse respeito, uma rápida pausa para uma pequena história.
Reza a lenda que, nas noites de lua cheia, a tal princesa faz uma aparição sobre as águas trajando um vestido branco. Assim, toda pessoa que ousar olhar para ela não consegue escapar de seu cruel destino e é aprisionada no fundo do lago para toda a eternidade.
Com esse “causo popular”, encerramos o nosso guia com sugestões de lugares para conhecer no Pará. Se você se empolgou com nossas ideias, comece agora mesmo a tomar as providências necessárias para a sua próxima viagem.
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