O Sindicato da Carne e Derivados do Pará (Sindicarne), filiado à Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), emitiu uma declaração reconhecendo que o auto embargo do Brasil afeta as exportações de carne bovina, mas também prova que o protocolo sanitário é seguido à risca, garantindo a confiabilidade do produto brasileiro. Em uma entrevista concedida em 23 de fevereiro, o presidente do sindicato, Daniel Freire, elogiou a rápida e transparente atuação da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) ao divulgar a suspeita de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), popularmente conhecida como doença da vaca louca, registrada em uma pequena propriedade no sudeste do estado. Ele enfatizou que o caso é considerado atípico, ocorrendo espontaneamente no animal e sem riscos para a saúde pública.
Freire elogiou a transparência da Adepará na divulgação da suspeita e destacou que o animal com EEB foi detectado em uma propriedade e não chegou a uma indústria frigorífica. Ele enfatizou que a Adepará neutralizou qualquer risco iminente, mesmo que extremamente improvável, devido aos rigorosos critérios sanitários aplicados no Brasil.
A indústria da carne no Pará espera com otimismo um desfecho que prove que o Brasil e o estado têm controle total sobre sua produção agropecuária. Freire tranquilizou a população em geral, afirmando que não há risco em consumir carne, já que o produto que está circulando no mercado paraense é 100% saudável e que o Brasil tem um regulamento de inspeção federal, estadual e municipal de origem animal muito estrito e bem aplicado.
Segundo Francisco Victer, presidente da Aliança Paraense pela Carne, o Brasil nunca teve um caso de 'mal da vaca louca' clássico, que é aquele transmissível aos animais e aos seres humanos, devido à forma como o gado é criado no país, tornando-o totalmente isento da transmissão. Ele também destacou que a indústria da carne brasileira tem um auditor fiscal federal na própria unidade operacional, acompanhando todos os animais antes e depois do abate, o que garante uma fiscalização constante e rigorosa.
Embora o auto embargo tenha causado uma diminuição momentânea na produção e exportação de carne, o presidente do Sindicarne está confiante em um resultado positivo na contraprova de um laboratório independente no Canadá, que recebeu o material enviado pelo Ministério da Agricultura. Ele afirmou que o Brasil segue um protocolo que diz que, em caso de suspeita, é necessário aguardar o teste final, o que demonstra clareza, responsabilidade e profissionalismo. O setor aguarda agora a contraprova para que a Organização Internacional de Epizootias mantenha o risco do Brasil como desprezível.