Belém/PA - Segundo dados divulgados pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Pará reduziu em 70% a área coberta por alertas de desmatamento no mês de abril de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior. No mês passado, foram registrados 86 km² de área coberta por alertas de desmatamento, enquanto em 2022 essa área foi de 291 km².

Desde agosto, quando o calendário Prodes 2023 foi iniciado em relação a 2022, o Pará já registrou redução nos alertas de desmatamento por cinco meses consecutivos: outubro, novembro, janeiro, fevereiro e abril. Ao analisar os trimestres, houve uma redução de 4% no desmatamento entre novembro, dezembro e janeiro, e uma diminuição de 44% entre fevereiro, março e abril em relação ao ano Prodes 2022.

Essa redução reflete as ações ostensivas de combate a crimes ambientais, como a Operação Curupira, e medidas que promovem a mudança da matriz econômica e o desenvolvimento sustentável no estado. Um exemplo é o Plano Estadual de Bioeconomia, apresentado na última Conferência do Clima (COP 27) e já em execução, que busca alternativas para que as comunidades que vivem na floresta possam produzir sem desmatar. Além disso, está sendo construído o Plano de Recuperação da Vegetação Nativa, que será entregue na COP 28, em Dubai.

A bioeconomia é uma parte importante dessa transformação econômica, visando ao desenvolvimento socioambiental e transformando a floresta em pé em uma nova commodity global. O Pará é o único estado brasileiro a ter um Plano Estadual de Bioeconomia e está comprometido em implementar as medidas estabelecidas na Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC) e no Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), com ênfase nos eixos da bioeconomia e do plano de restauração florestal. Além disso, o governo também está trabalhando na construção de um sistema jurisdicional de Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal (Redd+), conforme destacado pelo secretário de meio ambiente do Pará, Mauro O’de Almeida.

Paralelamente, a operação "Curupira" foi deflagrada pelo Governo do Estado, por meio das secretarias de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) e Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), com o objetivo de retirar o Pará do ranking dos estados que contribuem para a degradação ambiental na região amazônica. Com três bases fixas implantadas em São Félix, Uruará e Novo Progresso, o governo estadual tem concentrado esforços na região sudoeste do estado para combater garimpos ilegais, extração de madeira irregular e desmatamentos.