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Rodovia PA-150 em estado crítico: buracos multiplicam acidentes e vítimas

A via passou para a iniciativa privada em julho do ano passado com promessa de investimentos.

Redação
Por: Redação Fonte: Portal Olavo Dutra
15/02/2025 às 16h45 Atualizada em 15/02/2025 às 18h04
Rodovia PA-150 em estado crítico: buracos multiplicam acidentes e vítimas
Buracos se multiplicam pela PA-150 (foto: reprodução)

Quem tem transitado nos últimos dias pela PA 150, rodovia estadual “Paulo Fonteles”, tem enfrentado grandes perigos por conta dos buracos, cada vez mais presentes no trecho de mais de 550 quilômetros de percurso entre as cidades de Marituba e Marabá, localizadas respectivamente na área metropolitana de Belém e sudeste paraense.

Quem desembarca da balsa, no Arapari, em Barcarena, proveniente de Belém e segue pela rodovia estadual, depara-se com uma cratera situada bem no trevo que leva às cidades de Abaetetuba e de Moju, um “cartão de visita”. A região tem um intenso fluxo de veículos, muito por conta do acesso à capital paraense, mas também devido ao transporte de produtos e insumos que entram no complexo industrial de Vila do Conde, em Barcarena.

Muitos tem sido os casos de capotamento e veículos envolvidos em acidentes, supostamente motivados pelas péssimas condições da pista, que se ressente da falta de acostamento. São caminhões tombados e cargas pesadas espalhadas, e nesse cenário as mortes provocadas por acidentes são reais.

Moacir Menezes, 37, acostumado a transportar soja entre Tailândia e Barcarena, conta que os buracos sempre causaram preocupação. “Temos que redobrar os cuidados na direção, pois nessa região tem um movimento grande de caminhões pesados, que trafegam com os veículos menores, e as motos são muitas”.

A viagem entre Moju e Tailândia se torna ainda mais desafiadora com as fortes chuvas desse período do ano. Somadas aos buracos, elas tornam o ir e vir na rodovia uma espécie de “roleta-russa” no asfalto. Não da para saber onde está a próxima cratera, transformando o simples ato de dirigir num verdadeiro risco de morte.

 

Camaleões

A coisa fica ainda mais perigosa com o surgimento de obstáculos mortais na pista conhecidos como “camaleões”, formados por montes de asfalto enrugados que cedem devido às toneladas de produtos transportados. Infelizmente mortes têm ocorrido por conta desses declives e os mais vulneráveis são os motociclistas. Um deles faleceu há algumas semanas, no centro urbano de Tailândia. A filha e esposa que estavam com ele, sobreviveram.

'Camaleões' causam acidentes na PA-150
'Camaleões' causam acidentes na PA-150 (foto: divulgação)

 

Quem é acostumado a dirigir pelo local sabe que as poucas - e quase insignificantes - melhorias feitas na rodovia são iniciativa de quem mora às margens da estrada. Pessoas que usam a pás e enxadas para tapar buracos, raspar declives e alinhar alguns trechos do asfalto na esperança de, com isso, ganhar algum trocado de quem diminui a velocidade para passar no trecho. 

 

Iniciativa privada

O péssimo estado de conservação da pista é culpa direta do consórcio “Rota do Pará S.A”, vencedor do leilão realizado no dia 31 de julho do ano passado, na Bolsa de Valores de São Paulo, que resultou na concessão 526 km da via para a iniciativa privada. Como, desde então, a PA-150 é privatizada, o Estado se eximiu que implementar obras no local por ser essa uma obrigação da empresa vencedora.

Das muitas obras previstas no contrato assinado entre a “Rota do Pará S.A” e o governo do Estado estão a duplicação de 66 quilômetros de via, a criação de 248,5 quilômetros de novos acostamentos, 29,7 quilômetros de terceiras vias, 25 câmeras de monitoramento, 11 passarelas para pedestres, além dos serviços de manutenção, preservação, conservação e assistência médica e de guincho 24 horas.

O problema é que, até agora, nada foi feito. E as vidas seguem sendo ceifadas na PA-150 e os motoristas, sacrificados. Temos que redobrar a atenção. “Fui buscar o meu avô em Marabá, chegou de Goiás, e de Tailândia até lá, enfrentamos uma ‘buraqueira’ grande, de Goianésia até lá, passamos muitos buracos em Jacundá, até Morada Nova (distrito de Marabá)”, relata o designer Vinícius Leite.

A redação do Portal Olavo Dutra encaminhou nota ao setor de comunicação do consórcio “Rota do Pará S.A.” pedindo o posicionamento da empresa sobre a situação da rodovia, mas até a publicação desta matéria não houve retorno. O espaço segue aberto para esclarecimentos e, principalmente, satisfação a todos que dependem ou moram às margens da PA-150.

 

 

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