O secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Raul Protázio Romão, participou, representando o governador Helder Barbalho, nos dias 8 e 9 de maio, do Amazonian Leapfrogging 3.0, uma conferência internacional, realizada na Universidade de Princeton, em Nova Jersey, nos Estados Unidos.A iniciativa abordou soluções baseadas na natureza para a promoção da conservação e do desenvolvimento socioeconômico na Amazônia brasileira.
O evento reuniu lideranças da ciência, política, finanças e negócios, sociedade civil, mídia e empreendedorismo social do Brasil, de Princeton e de outras partes do mundo. Eles discutiram formas de implementar ações para proteger e restaurar as florestas, fortalecer os serviços ecossistêmicos e a biodiversidade, também, promover a bioeconomia sustentável, a agricultura de baixo carbono e uma infraestrutura adaptativa.
Secretária adjunta de Bioeconomia da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), Camille Bemerguy, também participou das discussões.
“Quando falamos sobre a crise climática, não estamos tratando apenas de impactos ambientais. As questões climáticas interagem profundamente com a perda de biodiversidade, a produção de alimentos e os padrões de consumo, criando uma teia complexa que exige soluções abrangentes. Qualquer abordagem que ignore isso está incompleta”, disse o secretário Raul Protazio em seu discurso.
"Os desafios climáticos, assim como a recente pandemia, nos lembram que crises globais não reconhecem fronteiras. Elas testam não apenas nossa capacidade de coordenação e resposta rápida, mas, acima de tudo, nossa humanidade”, complementou Protázio.
Pioneirismo do Pará e financiamento climático
O titular da Semas destacou também o pioneirismo da estratégia ambiental e climática do Pará, que vem sendo reconhecida internacionalmente.
“No Pará, inovação, urgência e ousadia impulsionam nossa abordagem. Fomos pioneiros na primeira concessão de restauração do Brasil, permitindo à iniciativa privada restaurar terras públicas com incentivo por meio de créditos de remoção de carbono, além de promover ampla restauração ecológica e gerar empregos verdes. Além disso, em outubro, lançaremos com orgulho o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, promovendo empreendimentos da bioeconomia em escala e desbloqueando o imenso potencial da nossa biodiversidade”, adiantou.
O secretário frisou que o Estado que terá a próxima Conferência do Clima das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, está construindo o seu sistema jurisdicional de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+), política pública que garantirá recursos a partir da conservação da floresta viva.
"Promover a produção sustentável, combater o desmatamento, regularizar ambientalmente, proteger os territórios tradicionais… tudo isso exige recursos. Os artigos 5 e 6 do Acordo de Paris propõem mecanismos como o REDD+, que permitem ao Brasil acessar recursos cruciais como os do Fundo Amazônia, garantindo que recursos essenciais possam fluir e alcançar as comunidades, cujas ações diretas contribuem significativamente para a redução do desmatamento”, explicou Raul.
“Hoje, abraçamos esse diálogo renovado e a colaboração com o governo federal como parceiros à mesa. E é isso que somos: parceiros. À sociedade civil, conte conosco para impulsionar a inovação nas políticas públicas. Aos povos indígenas e comunidades locais, estamos firmemente ao lado de vocês, protegendo os territórios e valorizando os saberes ancestrais. Estes tempos exigem coragem, ousadia e clareza de propósito”, completou.