Nos dias 15 e 16 de maio, representantes de órgãos públicos e da sociedade civil se reuniram no auditório da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em Monte Alegre, para a Reunião Ordinária Integrada dos Conselhos Gestores da Reserva Biológica (Rebio) Maicuru e da Estação Ecológica (Esec) Grão-Pará. O encontro teve como objetivo principal discutir temas estratégicos para a gestão das Unidades de Conservação (UCs) do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), localizadas na região oeste paraense, no coração da Calha Norte.
A reunião contou com a participação de conselheiros e representantes de diversas instituições, como as Secretarias Municipais de Meio Ambiente de Monte Alegre, Oriximiná, Alenquer, Óbidos e Almeirim, além da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Museu Paraense Emílio Goeldi, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Instituto Iepé, Diocese de Óbidos e entidades indígenas. Ao longo dos dois dias, os participantes debateram assuntos como a revisão dos Planos de Manejo, o monitoramento da biodiversidade, a atualização do Regimento Interno dos Conselhos e estratégias para o enfrentamento de ilícitos ambientais.
Também foi discutida a proposta de implementação de cursos de formação para Agentes Ambientais Indígenas, com o objetivo de fortalecer o protagonismo das comunidades locais na proteção dos territórios. A presença de representantes indígenas deu ênfase à importância do diálogo intercultural na gestão ambiental, destacando a necessidade de reconhecimento e valorização dos saberes tradicionais.
Diálogo -Para a bióloga Deise Lima, representante da Secretaria de Meio Ambiente de Óbidos e conselheira desde a criação das duas UCs, a atuação contínua dos conselhos tem sido fundamental. “A reunião é sempre muito importante e, graças a Deus, os conselhos da Esec Grão-Pará e da Rebio Maicuru são muito ativos e dificilmente deixam de cumprir com a agenda das reuniões ordinárias. Isso é essencial para garantir a segurança das unidades. A gente consegue planejar o monitoramento, a fiscalização, não só dentro das unidades, mas também nas áreas do entorno, que também nos preocupam. A floresta não tem delimitação geográfica. Por isso, o papel dos conselhos é garantir que essas áreas, incluindo terras indígenas e quilombolas, cumpram com a função para a qual foram criadas: a proteção dos territórios”, destacou.
O gerente da Região Administrativa da Calha Norte III, Lândio Costa, ressaltou o compromisso coletivo com a proteção ambiental. “Essas reuniões são espaços estratégicos de pactuação entre os diferentes atores envolvidos na conservação. Quando os conselheiros, técnicos e representantes das comunidades se sentam juntos para discutir, planejar e apontar caminhos, nós fortalecemos a governança e damos um passo importante na defesa das nossas florestas e das populações que delas dependem”, frisou.
Integração -Já o diretor de Gestão e Monitoramento de Unidades de Conservação do Ideflor-Bio, Ellivelton Carvalho, enfatizou o papel das reuniões integradas na qualificação da gestão. “A integração entre os conselhos da Rebio Maicuru e da Esec Grão-Pará permite um alinhamento técnico e político que otimiza os esforços de conservação. Com a atualização dos planos de manejo e o fortalecimento dos mecanismos de monitoramento, damos mais efetividade à gestão territorial e à proteção da biodiversidade”, ressaltou.
A reunião foi considerada produtiva pelos participantes, especialmente pelo compromisso coletivo demonstrado na construção de estratégias para enfrentar os desafios impostos pelo avanço do desmatamento e outras pressões sobre as UCs. O encontro também reforçou a importância da articulação entre o poder público, os povos indígenas e a sociedade civil organizada na busca por soluções sustentáveis para a região.
A próxima reunião ordinária dos conselhos está prevista para ocorrer no segundo semestre, e deve dar continuidade às pautas discutidas, com foco especial no fortalecimento institucional das UCs, na execução das ações de fiscalização e na capacitação das comunidades envolvidas.