No dia 4 de maio de 2025, o Parque Zoobotânico Mangal das Garças reintroduziu uma espécie de borboleta que estava há dois anos sem registros no borboletário José Márcio Ayres. Doada pelo borboletário do Museu Catavento de São Paulo, no dia 26 de maio, a Olho-de-Coruja, Caligo illioneus, agora pode ser vista voando livremente pela reserva do Mangal.

Em uma viagem à São Paulo, o representante do Parque, Basílio Guerreiro, foi buscar pessoalmente as 150 larvas, 50 ovos e 25 pupas que foram doadas pelo Museu Catavento de São Paulo. A parceria foi feita por meio da criação de um grupo de borboletários de todo o Brasil. Os membros possuem acesso a diversos contatos. “Trocamos experiências e eu fiz o pedido de alguns exemplares e eles prontamente disponibilizaram. Em alguns meses fizemos a documentação de transferência e eu fui buscar. Trouxe no meu colo para não ter nenhum problema com as larvas, pupas e ovos”, comentou o biólogo.

As borboletas Olhos-de-Corujas, são conhecidas por essa nomenclatura devido a manchas características que imitam olhos, esse mecanismo serve para distrair predadores. A espécie tem ocorrência em todo o Brasil e possui um ciclo mais longo do que as outras borboletas presentes no Parque. Além disso, possuem hábitos mais vespertinos, se alimentam principalmente de frutas fermentadas e fazem parte de diversas cadeias alimentares na floresta tropical.

Nos últimos anos os impactos das mudanças climáticas tem agido diretamente nos ciclos dos cinco reinos, todos os organismos têm feito um esforço gigantesco para continuarem sobrevivendo; cada espécie tem usado a sua estratégia para perpetuação de seus genes, mas algumas irão desaparecer ao longo dos anos, tanto pela mudança do clima como pela perda de áreas de florestas.

“A cada dois anos fazemos coletas (autorizada por projetos via Semas) de espécimes de borboletas para introdução no borboletário, isso é vital para a manutenção das espécies e variabilidade genética. Nas últimas tentativas de busca da Olho-de-Coruja na Região Metropolitana de Belém não foi encontrado nenhum exemplar. De certa forma isso é preocupante para o equilíbrio da vida nas florestas”, afirma Basílio Guerreiro, biólogo do Mangal.

As primeiras Caligo illioneus nascidas no Parque foram cuidadas em uma área restrita para supervisão. Logo depois foi feita a liberação de 12 exemplares que estão sendo monitorados para acompanhar a adaptação. A equipe técnica do Mangal está bem otimista com a recuperação da espécie.

Dentro da Reserva José Márcio Ayres, a Olho-de-Coruja é alvo de estudos, educação ambiental e banco genético. O objetivo é trabalhar na reprodução da espécie e, acionar órgãos ambientais para uma possível reintrodução em ambientes naturais. O Parque Zoobotânico Mangal da Garças já possui outros projetos de reprodução, como os dos Guarás e das Marrecas.

A borboleta pode ser vista dentro do borboletário do Mangal junto com outras espécies, como a Monarca (Danaus plexippus), a Júlia (Dryas iulia), a Ponto-de-Laranja (Anteos menippe), e a Borboleta-laranjeira (Heraclides anchisiades), entre outras.

Os ingressos para visitar os espaços monitorados devem ser adquiridos previamente na bilheteria e custam 9 reais (R$ 4,50 a meia). O Mangal das Garças funciona de terça-feira a domingo das 8h às 18h e é administrado pela Organização Social Pará 2000 através da Secretaria de Estado de Turismo por meio do Governo do Estado do Pará.

Serviço:

Programação diária:

8h30 – Alimentação das iguanas

9h – Passeio mini rapinante (terça a sexta-feira)

10h – Soltura das borboletas (consultar previamente na bilheteria)

10h15 – Alimentação de tartarugas

11h – Alimentação das garças

15h – Alimentação das garças

17h – Passeio com as corujas (terça a sexta-feira)

17h30 – Alimentação das garças

Funcionamento: terça-feira à domingo: 08h às 18h. Segunda-feira: fechado

A entrada no Parque é gratuita, exceto nos espaços monitorados (9 reais a inteira e R$4,50 a meia).

Texto por: Bianca Portela – estagiária da Ascom da OS Pará 2000 – com supervisão de Fernanda Scaramuzzini