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Técnicos da Sedap acompanham atividades de capacitação leiteira em Abaetetuba

A propriedade visitada será uma das participantes do Torneio Leiteiro, que será realizado em julho, em Cachoeira do Arari. O evento terá o apoio da...

Redação
Por: Redação Fonte: Secom Pará
16/06/2025 às 17h39
Técnicos da Sedap acompanham atividades de capacitação leiteira em Abaetetuba
Foto: Mateus Costa/ASCOM Sedap

No município de Abaetetuba, na Região de Integração Tocantins, mais precisamente na Fazenda Paraíso II, localizada na comunidade de Curuperé-Mirim, há cerca de 100 búfalos que foram transferidos do município de Cachoeira do Arari (da Fazenda Paraíso), no Marajó, e se adaptaram bem ao clima e às condições de alimento. Na última semana, técnicos da Coordenadoria de Produção Animal (Copan), da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e de Pesca (Sedap), estiveram no local para acompanhar as atividades de capacitação em controle leiteiro desses animais, que são oriundos das biotecnologias (Inseminação Artificial por Tempo Fixo – IATF e produzidos in vitro - PIVE.

O desenvolvimento dessa cadeia é um dos carros-chefe de trabalho da instituição, por meio do Programa de Melhoramento Genético Animal, voltado ao arquipélago do Marajó e também para outras regiões de integração onde é desenvolvida a atividade.

Os búfalos da Fazenda Paraíso, segundo informou a médica veterinária da secretaria, Anelise Ramos, fornecem alta produção de leite – de 9 a 10 litros por ordenha. Embora sejam de regiões diferentes, em Abaetetuba eles se adaptaram bem ao clima e à pastagem. A propriedade será uma das participantes da quarta edição do torneio leiteiro de búfalas que será realizado na primeira semana de julho deste ano, no município de Cachoeira do Arari e que receberá o apoio da Sedap.

“Esses animais passaram por IATF e reprodução de embriões, como são animais que têm uma alta produção de leite e no Marajó há uma época de estiagem, em que o capim fica mais fraco, os produtores trazem aqui para essa região (Abaetetuba) onde os animais têm uma melhor alimentação e não têm aquela quebra de produtividade; o búfalo é de fácil adaptabilidade. Como aqui é uma região que tem uma melhor exposição de alimentos, eles se adaptam mais rápido”, explica a especialista.

Na propriedade há bezerros oriundos das biotécnicas (inseminação artificial ou a PIVE). A vantagem é que a fêmea – que em média tem um bezerro por ano – consegue ter mais de uma reprodução.

“Esses animais são melhores geneticamente, o ganho de peso é melhor. São animais mais encorpados (maiores). Pode aumentar a produção de leite; o produtor ganha na parte de laticínios”, avaliou

Seleção- De acordo com o proprietário da fazenda, João Rocha, que é presidente da Associação Paraense dos Criadores de Búfalos do Marajó, em Abaetetuba foram selecionados os animais de maior produção, tanto de leite quanto de peso para carne. É feito um trabalho de identificação do rebanho para poder fazer o melhoramento genético no local.

“As búfalas de famílias mais produtivas vêm pra cá, tanto de leite quanto de carne, para ter acesso a uma melhor pastagem com qualidade, com um clima melhor em relação ao Marajó, onde ocorre um desgaste. A gente explora o máximo da bubalinocultura, a dupla aptidão que o búfalo tem”, observou.

Os animais têm no mínimo 500 quilos. Segundo ele, algumas chegam a 800 quilos. “Já tivemos um touro que já bateu até 1.050 quilos. A gente procura sempre estar evoluindo. O pai do touro era da propriedade do Roberto Fonseca, um tradicional criador do estado; pesava 980 quilos. A gente procura sempre ir buscar com o aumento da produtividade, com relação das famílias com os filhos, superando sempre os pais”, acrescenta o criador.

A qualidade do leite de búfala é insuperável, como defende João Rocha. É um dos produtos mais bem aproveitados tanto nutricionalmente quanto para a indústria. O leite possui 40% mais de rendimento do que o bovino, segundo informou.

“Isso tem um grande viéis aos laticínios. O rendimento dos seus produtos melhora muito, além do sabor magnífico que é do leite de búfala, a coloração é bem diferente. É bem mais branca do que o do bovino que é mais amarelado”, garantiu Rocha.

Apoio- A secretaria apoia o produtor para garantir o acesso a tecnologias como às de reprodução por meio de melhoramento genético, segundo garantiu o médico veterinário Augusto Peralta, que integra a equipe da Copan. No caso específico da fazenda visitada, como destacou, os resultados positivos são visíveis.

“A Sedap trabalha no apoio e incentivando o produtor a ter melhores condições e acesso às tecnologias como o IATF; e vendo essa tecnologia dando resultado, você tem produção e um alimento de qualidade na mesa do consumidor paraense e com isso ainda exportar”, disse.

Em média, com o uso de tecnologia, a produção leiteira tem aumento considerável, como observou Peralta. “A gente consegue ter qualidade; antes um animal produzia de cinco a seis litros de leite; hoje a média é de 10 a 15 litros de leite; com o acesso ao melhoramento genético, o produtor, em especial o marajoara, consegue ter melhor condição de incentivo, através da cadeia produtiva e consegue sustento e emprego”, ressaltou.

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