Para acolher e valorizar a saúde mental das mães, especialmente aquelas que cuidam de filhos com necessidades especiais, o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, aderiu à campanha nacional "Maio Furta-Cor". Nos dias 19 e 20 deste mês, a instituição promoveu ações de escuta, orientação e cuidado emocional voltadas às mães de usuários atendidos tanto na sede do CIIR quanto no Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (Cetea).
A campanha, criada para dar visibilidade à saúde mental materna, propõe um diálogo aberto sobre os desafios enfrentados pelas mães — sobretudo as que vivenciam a sobrecarga física e emocional da maternidade atípica. No CIIR, a mobilização ganhou ainda mais significado com os relatos das próprias usuárias, como Luziane Lima Evangelista, mãe atípica e participante ativa das atividades promovidas pela unidade.
"Foi a primeira vez que ouvi falar do Maio Furta-Cor. Achei essa iniciativa muito importante, porque nós, mães atípicas, estamos sempre cuidando dos nossos filhos e acabamos esquecendo de cuidar de nós mesmas", contou Luziane. "Passamos o dia em terapias, exames, consultas... e esquecemos de olhar para dentro. Uma ação como essa nos fortalece, nos lembra que precisamos estar bem para cuidar deles. A palavra que carrego é resiliência. Temos que ser fortes o tempo todo e buscar alternativas para continuar firmes", ressaltou.
As ações realizadas contaram com o apoio de profissionais da saúde e da educação, que reforçaram a importância do tema. Camila Diniz, pedagoga e psicóloga clínica com especialização em perinatalidade e psicanálise, destacou o cuidado com quem cuida:
"A saúde mental materna precisa ser vista e acolhida. Quem cuida, também precisa ser cuidado. Em muitas famílias, a mulher é o pilar. Se ela adoece, todo o núcleo familiar é impactado. Por isso, iniciativas como o Maio Furta-Cor são tão necessárias", afirmou.
Representando a campanha no Pará, a professora Arielly Pereira, coordenadora do Projeto Acolhe Estácio, reforçou o propósito do movimento: combater a culpa e a autocobrança que muitas mães carregam. "A campanha surgiu da necessidade de alcançar essas mulheres que se culpam e se cobram demais. Queremos mostrar que elas podem — e devem — cuidar de si. É uma forma de aliviar esse peso e promover saúde mental com acolhimento e empatia", explicou.
Com rodas de conversa, escuta psicológica e distribuição de material informativo, o CIIR reafirma seu compromisso com a promoção da saúde integral, reconhecendo que cuidar da saúde mental materna é também zelar pelo bem-estar das crianças e de toda a família.
Acesso –O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade a pessoas com deficiência (PCDs) visual, física, auditiva e intelectual. O acesso aos serviços ocorre por meio de encaminhamento das unidades de saúde municipais, via Central de Regulação. Os pedidos são avaliados conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SRE).
Serviço:O Cetea funciona na Rua Presidente Pernambuco, nº 489, bairro Batista Campos, em Belém. O CIIR está localizado na Rodovia Arthur Bernardes, nº 1000, também na capital paraense. Mais informações: (91) 4042-2157/58/59.
Texto e fotos: ASCOM CIIR